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Depois do 25 de Abril

Dois meses após a Revolução dos Cravos, foi aprovado pelo Presidente da República António de Spínola, o Decreto-lei nº 290/74 que extinguia o Conselho de Administração do Serviço de Transportes Colectivos do Porto e passava as suas competências para o Conselho de Gerência.
Em 1979, o Gabinete de Relações Públicas deu continuidade às suas atividades de comunicação interna e externa da empresa. A publicação anteriormente denominada S.T.C.P. - Informação foi substituída por um jornal bimestral intitulado Jornal do S.T.C.P., que era distribuído gratuitamente a todos os trabalhadores da empresa.
Tanto os passes como os talões de transporte pós 25 de abril refletem as mudanças nas tecnologias de transporte e no design gráfico utilizado, espelhando assim a evolução que se foi fazendo sentir. Desde os passes de estudante, como os passes para trabalhadores do S.T.C.P., denotam uma preocupação social crescente que ainda hoje continua a existir.
A vontade da empresa em atender às necessidades da cidade e da população fez com que, ainda antes do 25 de abril, fosse investida uma grande quantia numa nova frota de autocarros que viriam a oferecer mais comodismo e maior oferta de linhas e veículos.
Durante a década de 70 ocorreram diversas modificações na rede dos transportes coletivos do Porto. O mapa de rede de 1978, mostra que os autocarros chegaram para ficar e foram substituindo os carros elétricos e os troleicarros rapidamente, passando a fazer o serviço dentro e para fora da cidade, de forma a dar resposta à grande procura por parte da população.
A partir de 1974, verificou-se na população uma preferência pelos autocarros que foram substituindo os troleicarros e os carros elétricos utilizados até então.
Em 1974, o Serviço de Transportes Colectivos do Porto registou um gasto de 365 689$10, valor maior que nos anos anteriores, demonstrando uma maior preocupação pelo bem-estar dos trabalhadores que se mostrava bem menor até ao momento.
O Relatório Geral Interno das Diversas Actividades em 1974 e Respectivas Contas mostra que, neste ano o Serviço de Transportes Colectivos do Porto investiu na área social de forma a melhorar as condições dos seus trabalhadores, oferecendo um maior número de serviços dentro da empresa.
A alteração do fardamento constituiu uma das transformações que se desenrolaram no Serviço de Transportes Colectivos do Porto depois do 25 de abril. Antes da Revolução, havia uma clara distinção entre o fardamento que os motoristas da empresa deveriam utilizar e o que os oficinais vestiam.
Em maio de 1974, foi explicado a todos os trabalhadores que seriam feitas alterações ao código de fardamento, deixando de se utilizar as chapas de número. Além disso, a farda deixaria de possuir debruns e botões metálicos, perdendo, por isso, o ar militar que possuía até esse momento.
As mudanças nos representantes de departamentos e no papel dos trabalhadores foram particularmente marcantes após a revolução dos cravos. No aviso nº57/74 emitido pela empresa, verifica-se que no mês após a Revolução dos Cravos, existiu a preocupação de eleger representantes de cada departamento de trabalhadores, de forma a que, em reuniões, existisse a representatividade de todos em decisões futuras.
No ano seguinte à Revolução, a empresa deu aos trabalhadores o tempo necessário para exercer o seu direito ao voto, demonstrando uma preocupação pelo bem-estar da Democracia e pelo papel de cada um na sociedade.
O exemplar do Relatório Geral Interno das Diversas Actividades em 1974 e Respectivas Contas, trata-se de um documento importante capaz de demonstrar a preocupação do Serviço de Transportes Colectivos do Porto em fundamentar todas as atividades realizadas ao longo dos anos, assim como as mudanças que se foram fazendo sentir nos seus resultados.
O Relatório Geral Interno das Diversas Actividades em 1974 e Respectivas Contas, destaca o agravamento da situação económica e financeira da empresa, sendo a principal causa o aumento dos encargos salariais. No decorrer desse ano, observou-se uma contínua preocupação da empresa em promover uma maior responsabilidade social, através da participação em iniciativas como os refeitórios, a Colónia Balnear e diversas atividades culturais, o investimento em uniformes e serviços de barbearia.
Depois de várias negociações referentes à definição de uma nova tabela de vencimentos e da revisão de algumas regalias sociais referentes aos trabalhadores do Serviço de Transportes Colectivos do Porto, é editada a Ata de Negociações, do dia 7 de agosto de 1974, onde se pode ler que todas as alterações efetuadas tiveram em atenção a situação complicada de instabilidade que o país atravessava à época. Neste documento encontra-se a nova tabela salarial para cada uma das áreas de trabalho existentes.
No seguimento das dificuldades que o país continuava a atravessar, no ano de 1976, surge a notícia no jornal O Comércio do Porto, que o Conselho de Gerência se demite, por não ter capacidade para agir na sua atividade, devido às dificuldades impostas por parte do Ministério dos Transportes e Comunicação.
Após a revolução dos cravos, as greves foram-se tornando cada vez mais regulares e assíduas. Na STCP foram diversas as paralisações por parte dos trabalhadores, de forma a reivindicar melhor condições de trabalho, como aumentos de ordenados, mais segurança ou redução de horários.